Pendências e promessas: escrever sobre o amor, a amizade e a intimidade
Faz cerca de um ano que postei nesse sítio uma espécie de “programa de pesquisa”. Sabemos quão pouco tempo é um ano quando consideramos o tanto de tempo que certas questões nos acompanham. Ainda assim, é ao menos importante pra mim que, repensando nessas questões, elas ainda tenham algum sentido, que os problemas que falo ali, com algumas mudanças, ainda me parecem importantes. Acho que de alguma forma, é como se elas mudarem pouco, permanecerem firmes, fossem o sinal de uma referência real.
Apesar disso, nesse ano, o tanto de coisa que mudou me faz pensar que sou quase outra pessoa (quase). O que me faz também desejar ao mesmo tempo não deixar de lado esses fios, não deixar de falar sobre aquelas coisas que eu ainda acho que tenha algo pra falar. Essa postagem é, portanto, menos algo para vocês e mais algo para mim. Uma espécie de lembrança de que por mais que o corre não dê trégua, que eu devo a mim mesmo não deixar certas coisas de lado.
É por isso que nessas últimas semanas tenho pensado muito em como recuperar esse movimento, como retomar esse ímpeto. Gostaria, de retomar algumas dessas ideias e dar algum seguimento. Sei que o diário de leituras não andou como gostaria (embora as últimas atualizações estejam num rascunho, não me vejo tendo forças pra conseguir retomar ainda). Mas ainda sou um otimista inabalável, e por essa razão sinto que seria importante tentar continuar ao menos um desses fios que apresentei ali. No caso, escolhi – pela importância para mim, mas também por sentir que é aonde teria mais para falar de maneira menos demorada, o problema da orientação no que diz respeito ao amor (e não só sobre o amor, mas sobre a intimidade, esse tipo de espaço que de certa forma nos localiza [ou nos deslocaliza em sua ausência). Também acho que é uma forma de ter algo a dizer para pessoas tão queridas com quem tenho trocado ao longo dos anos, seja diretamente, conversando sobre, seja indiretamente, sendo objeto de suas atenções (nada mais justo que o amor e a amizade dessas pessoas seja de alguma forma retribuído).
Gostaria de dizer que vou começar a escrever os rascunhos de um livro, que conseguirei aqui aos poucos fazer os comentários e as leituras que vou fazer (ou que gostaria de fazer nos próximos meses). Mas isso é otimismo demais até para mim (aliás, engraçado que em minha mente ainda formatada demais pela universidade ou mesmo pelos cursos que estava acostumado a dar gosto de pensar que dariam um ótimo curso, ou grupo de leitura). Mas veremos. As vezes esse tipo de explicitação é o que eu preciso para tirar algo da cabeça. Ou ao menos para começar a ensaiar algo mais consistente que saia do campo das promessas que faço a mim mesmo.