Leituras 2023 (#7): Em busca do real perdido, Alain Badiou
Em busca do real perdido (2015), Alain Badiou, traduzido por Fernando Scheibe, editado pela Autêntica (2017)
Correndo um pouco o risco de ser monotemático (e considerando que estou me aventurando pelo calhamaço Lógicas dos mundos num momento em que estou sem as folgas de janeiro) resolvi dar uma olhada nesse pequeno livro-palestra de Alain Badiou. É uma coisa interessante: uma tentativa de desfazer algumas imagens presentes na ideia de real (como, por exemplo, um status quo, ou algo que nos constrange a ter que aceitar: como no caso do realismo capitalista de Mark Fisher) e pôr no lugar delas um conceito mais sólido que ao mesmo tempo que dê conta desse aspecto constrangedor, também nos permita ver um espaço de abertura para intervenção nele. Ainda que o livro não contribua de maneira significativa com o projeto badiouano, o que fica para mim do livro é a maneira como ele demonstra por meio de alguns exemplos como o real se mostra na medida em que os impasses de uma aparência tornam visíveis um elemento que não é passível de formalização (aparição?) ali mas que de alguma forma sustentam (são o real) daquilo que aparece.